Behold – A beleza de Cristo me ensina a caminhar

Behold – A beleza de Cristo me ensina a caminhar

Os últimos 2 anos foram desafiadores para todos nós. Quando todos nós tivemos nossa vida social abalada por uma pandemia notamos o quão amedrontados estávamos em ficarmos sozinhos conosco mesmo e com nossa família. Percebemos que nossos eventos e grandes conferências não tinham nenhum efeito contra a mornidão espiritual de nossas famílias. Mas, para que realmente entendamos as mudanças que o Senhor, por sua soberania, proporcionou na sua Igreja ao longo desses dois anos, não podemos nos apegar apenas aos fatores externos, ao contrário, devemos abrir os olhos do interior e vasculhar mais profundamente.

Creio que principalmente os pastores e ministros precisam refletir com muita atenção os últimos anos. Aos meus olhos, Deus ao abalar as coisas visíveis de nosso cotidiano deseja na verdade revelar a fraqueza das coisas invisíveis de nossa vida. Em 2020/2021 sem dúvida nenhuma se parece pra mim como uma grande forja do Senhor. Um grande podar de ramos infrutíferos e desassociados da vida da videira. Acredito que independente de quem você seja, você irá conseguir se identificar minimamente com essas palavras.

Francamente, eu carrego uma palavra de alinhamento para a Igreja por longos anos, muitas vezes foi amargo carregar tamanho peso de responsabilidade. Mas sem dúvidas nada se compara aos últimos anos para mim. Ao dizer isso quero lembrar-te que você não está sozinho nesse momento de ajustes que o Senhor tem provido em seu povo.

Recordo-me que tudo começou no começo de 2020 (janeiro antes do início da pandemia). Deus falou comigo sobre um tempo de alinhamento, onde aguas sujas e limpas seriam distintas na nação Brasileira, e no mundo, enquanto isso uma janela de oportunidade aos servos fiéis seria aberta, para que saindo dos seus quartos de oração anônimos pudessem presentear a igreja com o frescor de uma nova estação. Por isso, digo, é tempo de prestarmos atenção!

Acredite quando eu digo que entendo a seriedade de sermos provados pelo Senhor, eu mesmo tenho experimentado dias de muita poda e ajustes promovidos pelo Espírito, como uma espécie de versão “pocket” do que Cristo experimentou ao ser levado pelo Espírito de Deus ao deserto. Creio, que muitos, como eu, estão sendo levados para o deserto afim de serem aprovados! No entanto, precisamos estar atentos e abrir nossos olhos para ver a Cristo.

Nos últimos meses de 2021 passei momentos de extremo estresse e ansiedade, tanto por frustrações emocionais, quanto por dificuldade da vida comum, quanto por pressões ministeriais. E um dos momentos de muita agonia fui ao meu escritório para continuar minha leitura bíblica e orar no Espírito. Foi então que me deparei com esse verso:

            Apocalipse 5:4-5

e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele. Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.

Eu estava numa semana de leitura sobre Apocalipse 4 e 5 e majestade do trono e do Cordeiro de Deus, quando me deparei com a agonia do Apóstolo João. Obviamente não estou querendo comparar a agonia do Apostolo com a minha, pois João estava chorando pois não encontrava ninguém digno para cumprir o plano de Deus, enquanto eu apenas estava em crise por más escolhas no passado e por ser ainda imaturo ao cumprir os desejos de Deus. No entanto, acredito que a resposta que João recebeu é perfeitamente aplicável a qualquer momento de dor que estamos passando.

A resposta é, ver! Eu sei que no verso acima a palavra ver não aparece, mas ela está presente. Ali escondida por detrás das palavras “Não chores, eis …”, em outras palavras, “Perceba que não há motivos para chorar…”. Isso ficou ainda mais claro para mim quando ao ler minha bíblia em inglês e encontrar a palavra “Behold” (Veja, preste atenção). Ah! Meus irmãos me lembro das lágrimas descendo enquanto eu orava em outras línguas e dizia a mim mesmo: “Alessandro, behold!”.

O que curou a dor de João não foi uma boa resposta intelectual com possibilidades de resolução de seus problemas, mas foi olhar para o Cristo, leão da tribo de Judá e cordeiro que ressuscitou! Irmãos, estou convencido que precisamos aprender a olhar. Estamos distraídos quanto a presença, apáticos quanto às escrituras e mortos quanto aos atos de justiça. Precisamos vê-lo para que então nossa postura seja mudada, nosso coração rendido a Sua beleza! Behold!

Estamos no plano de leitura de 6 meses juntos com aproximadamente 15 mil pessoas, lendo as escrituras e meditando nela todos os dias, e uma coisa me chamou atenção lendo Gênesis e Êxodo. Deus usa os momentos de dor, deserto e frustração para moldar seu povo. O povo aprendeu a construir um lugar para a presença de Deus depois de ter sido escravizado e sofrer. De alguma maneira, o sofrer educa. E por mais desconfortante que isso soe aos nossos ouvidos, é uma verdade que devemos abraçar, não como servos sofredores, mas como servos gloriosos que sofrem o que for preciso para ver o nome de Cristo glorificado!

Irmão, ao sermos podados e amassados, precisamos aprender a vê-lo e então sermos amadurecidos por aquilo que sofremos e percebemos de Sua beleza. Existe um chamado claro da parte de Deus para purificação nesses dias, não há dúvida de que um grande romper de Deus está prestes a atingir a terra como nunca antes. Mas, precisamos nos posicionar como Moisés e João se posicionaram em momentos de tensão e deserto: Precisamos vê-lo! A beleza do homem no trono irá nos impulsionar, pastorear, alinhar e guiar. Oh, quão lindo!

Hoje, dia 24 de janeiro de 2022, estou terminando de arrumar minhas malas para irmos embora para Londres e então começarmos uma nova caminhada, com novos irmãos, no entanto fazendo as mesmas coisas. Enquanto escrevo essas linhas, meus discípulos e amigos estão em minha casa e entre risadas e lágrimas de saudades festejamos o que o Senhor fez até aqui. Contudo, meus olhos estão atentos, meu coração faminto… Sinceramente querido leitor, não quero ser deixado de lado naquilo que o Senhor fará. Portanto, preciso ver, pois a beleza de Cristo irá me ensinar.

E para encerrar esse breve texto, que talvez esteja um pouco confuso, gostaria de citar os últimos versículos de Êxodos:

Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo. Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem permanecia sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo. Quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, os filhos de Israel caminhavam avante, em todas as suas jornadas; se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia em que ela se levantava. De dia, a nuvem do SENHOR repousava sobre o tabernáculo, e, de noite, havia fogo nela, à vista de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas. Ex 40-34-38

Após longas instruções e comandos do Senhor, o povo finalmente construiu um lugar para a presença de Deus habitar. E essa presença majestosa não apenas era um objeto de contemplação mas de ação, uma contemplação ativa. A beleza de Cristo não apenas o que desejo olhar pro resto de minha vida, mas o que direciona minha jornada! Queridos irmãos não podemos nos mover mais por “achismos” e infantilidade ministeriais. Precisamos aguardar a presença se mover! Quando a nuvem se levantar e partir então mova-se.

Com grande alegria e gratidão, também com lágrimas de paixão e de dor, me despeço neste breve texto dizendo que a nuvem se moveu para nós, os Vilas Boas, e por isso estamos nos movendo, não procurando aceitação de homens, dinheiro ou fama. Queremos continuar acampados ao redor da presença! Amamos vocês, nos vemos em breve.

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