Hoje: o tempo que temos para conhecê-lo em meio a dor e o sofrimento

Hoje: o tempo que temos para conhecê-lo em meio a dor e o sofrimento

Restauração. Redenção. Ausência do pecado. Corpo incorruptível. Glorificação. Fim de todo sofrimento. Triunfo sobre a morte. Plenitude de alegria e satisfação. Com certeza, essas são características da realidade a qual todo cristão almeja viver quando, naquele Dia, o  nosso amigo Jesus retornar. Ele, pessoalmente, enxugará de nossos olhos toda lágrima (Ap. 21:4). Quando o que é perfeito se manifestar, não experimentaremos mais a dor do luto ou a aflição que advém de uma frustração. Portanto, temos somente, nesta era, a possibilidade de chorarmos. “Hoje” é o tempo que temos para, em meio às tribulações, O contemplarmos e conhecê-lo.

Existe uma medida de prazer e satisfação em Deus que está reservada a nós através das temporadas de dor e sofrimento. Da mesma forma, também há um conhecimento oculto à espera de nós ao passo que tomamos parte, adentramos à comunhão dos sofrimentos de Cristo (Fp. 3:10). Em meio a efemeridade do agora, podemos experimentar o socorro que é sempre presente na hora da angústia (Sl. 46:1). São nos dias mais difíceis, contemplados seja pela ausência de recursos e possibilidades ou mesmo pela falta de alguém que muito se ama, que o anseio pela presença do Senhor e a necessidade de vê-lo se tornam urgentes para nós.

Foi em meio a dor do desprezo ou da perseguição, que Davi escreveu salmos tão belos e profundos que descreviam o seu desespero pela companhia, beleza e proximidade Daquele a quem sua alma amava. O célebre clamor por “uma coisa” descrito no versículo 4 do Salmo 27 surgiu da confiança e certeza depositados no Senhor mesmo enquanto ele fugia de seus inimigos. Em face da prisão e da morte, Davi – imagino que envolto em muito sofrimento – suscitou, em sua fraqueza, um brado de seu interior: “Uma só coisa eu desejo!”. Em um tempo específico, no dia da adversidade, o salmista compreendia que Deus o esconderia em Sua habitação (vers. 5), o fazendo repousar à sua sombra (Sl. 91:1).

“Olhai para ele e ficai radiantes; o vosso rosto jamais mostrará frustração” (Sl. 34:5). Esta é a única coisa que precisamos fazer mediante ao fracasso e o desapontamento: olhar para Ele. Nas muitas agitações e ansiedades, sua beleza é a resposta e alento para nós. Sua presença é um banquete interminável para a nossa alma quebrada e necessitada (Sl. 16:11). Contemplá-lo pacientemente enquanto estamos à espera de Seu socorro é como buscamos encontrar o prazer que reside na dor. Louvá-lo e dar-lhe honra é o fim de nossa plena satisfação Nele, pois, “o louvor não apenas expressa, mas completa a alegria; ele é sua consumação pretendida” (LEWIS, 1958). Encontremos, na alegria ou na dor, nossa satisfação no Senhor, lhe dando o que é de direito. Afinal, “Deus é mais glorificado em nós quando somos mais satisfeitos Nele” (PIPER, 2009).

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