A Cultura do Espetáculo

A Cultura do Espetáculo

Esse nome por si já poderia dizer tudo, mas meu papel aqui é introduzir um assunto e refutá-lo à luz do evangelho.

Na cultura do espetáculo, em suma, privilegia-se a imagem em relação à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade e a aparência ao ser. O espetáculo é a forma que confere sentido a uma sociedade fragmentada; é uma forma sofisticada que levou ao extremo o fetichismo da mercadoria (Arbex Jr., 2001).

Traduzindo, na cultura do espetáculo o que importa é a imagem da coisa e não o conteúdo. É o ideal criado em cima dela e não a essência dela, mas como assim?

Bom, você provavelmente já viu um comercial de coca-cola com as famílias felizes, reunidas tomando coca e o slogan até pouco tempo era: “abra a felicidade”.

Então, você não compra a coca pelo sabor da coca, mas sim pelo espetáculo que é o ‘mundo coca-cola’. Inconscientemente você acredita que está abrindo a felicidade; você compra a experiência e não o produto.

Isso é um reflexo de como a nossa sociedade tem vivido. Tudo precisa ser uma experiência, um espetáculo…Você precisa morar em uma casa como de novela, ter um carro de artista, ter um Golden Retriever correndo no gramado; seus filhos limpos, felizes e educados, brincam sem brigar, enquanto sua esposa linda, padrão instagram, abre uma garrafa de água Evian, porque você não pode beber água normal, precisa ser água dos Alpes suíços, porque tudo precisa ser um espetáculo.

A imagem no lugar da coisa. O ideal por trás do consumo.

O problema é que essa realidade tem nos afetado na Igreja. Temos procurado um evangelho de espetáculo, uma Igreja de espetáculo e uma fé de espetáculo.

Queremos experiência, experiência, experiência. Tudo precisa ser descolado, ousado, único. Estamos mal-acostumados e isso nos traz à um lugar de insatisfação no evangelho.

Você sabe o que Deus considera um espetáculo?

“Já estais fartos! já estais ricos! sem nós já chegastes a reinar! e oxalá reinásseis de fato, para que também nós reinássemos convosco!
Porquanto a mim parece que Deus nos colocou a nós, os apóstolos, em último lugar, como condenados à morte; pois viemos a ser como um espetáculo para o mundo, tanto diante de anjos como dos seres humanos.” 1 co 4:8

Um espetáculo para Deus é ver um homem em último lugar, negando sua própria carne, tomando sua própria cruz.

“Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós desprezíveis.
Até a presente hora padecemos fome, e sede; estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e o suportamos; somos difamados, e exortamos; até o presente somos considerados como o refugo do mundo, e como a escória de tudo” 1Co 4:10-13

Espetáculo para Deus é sermos fracos, desprezíveis, padecer, ser perseguido, trabalhar com sua própria mão.

Andar na contramão do mundo hoje é ser comum. Homens e mulheres normais, que levam uma vida simples, humildes, não avarentos.

E você pode me dizer: “Mas no texto Paulo menciona essa realidade acerca dos apóstolos. Não serve então para todos”

E eu te digo:

“Rogo-vos, portanto, que sejais meus imitadores.”   

Paulo aqui aponta para o padrão do evangelho, que é imitação. Ele imitava a Cristo e nos convida a imitá-lo. Temos aqui dois padrões opostos de vida: a cultura do espetáculo, cultura que está impregnada no mundo e muitas vezes dentro da igreja, e o padrão de Cristo que é a simplicidade e a humilhação.  Esse deve ser o padrão de espetáculo do povo da Cruz.

Jesus dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23

Qual padrão nos rege? O padrão de espetáculo do mundo ou o padrão de espetáculo do povo da Cruz? Nosso espetáculo é estar crucificado; nosso espetáculo é a Cruz de Cristo

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